O caminho até a sacada.
19:25Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Está preparado para um texto beeeem dramático?! Então, esse texto é totalmente inspirado em amianto do Super Combo. Se não conhece, pelo amor de Deus add na sua playlist e sente a pressão de uma música pra lá de inacrÊ. Boa leitura!
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| Fonte: @nataldenovo (Instagram ) |
Outubro
de 1982. O dia raiou cinza, as nuvens não existiam. O céu estava triste, assim
como eu. Será que os sentimentos afetam a cor do céu? Será que só para mim o
sol já não brilhava mais? Quando o céu perdeu a cor o meu chão também se foi. É
como se a última gota de esperança tivesse escorrido pelo ralo junto das
lágrimas que rolaram no banho da madrugada. Porque Deus não ouvia minhas
orações? Eu não posso aceitar viver assim... Como pode alguém se submeter a aceitar
tanta infelicidade?! Algo em mim acionou um click, onde estava escrito que eu
precisava viver assim? Do que eu precisava para ser feliz? Até agora não faço idéia.
Deixei a porta aberta, aquela realidade já não me pertencia mais. Por uma hora
inteira sem rumo vaguei pelas ruas daquela cidade barulhenta para todos, menos
para mim. O cachorro de um bacana lambeu-me a perna e então me toquei que tudo
o que eu sentia era real. Não faço idéia se algum dia eu não me senti perdida,
sozinha, invisível. Lá estava eu, novamente chorando. Não podia ser diferente.
Avistei um prédio bem alto e no caminho até lá tudo o que eu já havia passado
veio à tona tão rápido que senti o coração reclamar. Será que existe redenção
para os fracos? Eu sabia que lá fora, em algum lugar existia alguém numa pior,
mas naquele momento isso não importava. A dor era tão minha que já não se
distinguia ela de mim. Éramos um só. O pé balançava trêmulo, será que era a
melhor decisão? Ao cerrar os olhos ouvi uma voz grave gritar para que não
consumasse aquele ato desesperado de romper com a dor. O rosto era comum, não
havia nada demais em sua voz, era apenas alguém tentando manter-me nessa
agonia. Não adiantava, a dor decidiu por mim. Por muito tempo fui forte, estar
vivo já não era tão importante. Todos os que eu amava se foram um a um. Foi
assim que percebi que a ilusão da eternidade é a pior que há. O amor nunca
acaba e quando dele só resta lidar com ausências a saudade vai corroendo cada
partícula de você. Desejei que aquele moço fosse feliz, e seria. Saltei e
despedi-me da vida aos berros:
“Moço, ninguém é de ferro. Somos programados
pra cair.”
EDIÇÃO: ANA KELLY.
1 comentários
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